Costeletas mistas à espanhola com conchiglione e o voltar à rotina

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Os dias voltaram às rotinas. Voltou-se a preparar mochilas de véspera e lancheiras de manhãzinha. O mais velho já tem os livros e os materiais necessários para este novo ciclo que inicia. Nem acredito que já está no sétimo ano. A mais novita já passeia o trolley novo, das Winx ( no meu tempo não se ouviam falar de mochilas em cima de rodas, muito menos com a Barbie ou as Monster High estampadas. A Tuxa era a rainha das bonecas). As compras de supermercado processam-se novamente ao sabor da lista do que falta para a confeção das ementas da semana. Tudo acontece mais ou menos de acordo com um plano traçado. A minha vida profissional recebe novo desafio com a chegada de turmas diferentes. Fechou-se um ciclo com determinados alunos. Já voaram para o secundário. Alguns destes veem-me ao longe, vêm ter comigo e dizem-me que já estão a sentir saudades minhas e que a professora de inglês deste ano é assim ou assado, mas nada comparado comigo. Ouço-os e amparo-os ali uns segundos durante o intervalo. Seguem mais reconfortados. Outros passam por mim e querem cumprimentar-me mas pensam que já perderam esse direito e não o fazem por receio de não receberam um sorriso ou uma palavra da minha parte. Na adolescência três anos seguidos com as mesmas turmas concorrem para que muitos alunos levem para a vida um pouco de nós. Mas a realidade é que, após quinze anos de profissão, percebo que é tão bom vê-los chegar como vê-los partir. Tal como os seus pais, nós, professores, preparamo-los para o mundo da forma melhor que sabemos. O resto cabe-lhes interpretar. No entanto, a par do melhor da escola, que é a interação com os alunos, estão tarefas burocráticas que emanam dos repetitivos e quase dispensáveis conselhos de turma: horas perdidas a ouvir diretores de turma, a desfiarem rosários, e tempo sem fim a redigir atas, que apenas se alimentam de pormenores ditos essenciais.

Também a cozinha voltou à rotina e dela já começaram a sair os pratos de conforto típicos dos jantares em família.

costeletas mistas à espanhola

costeletas mistas à espanhola

Ingredientes

8 costeletas de porco (4 de lombo e 4 de cachaço)
1 pimento vermelho
4 dentes de alho
1 cebola grande
1 copo de vinho branco
1 copo e meio de água
3 colheres de sopa de azeite
1 lata pequena de tomate triturado
1 baga de piri-piri
pimenta preta
1 folha de louro
manjericão (para interior e decoração)
sal

Preparação

1. Coloquei no fundo de uma caçarola azeite.

2. Piquei a cebola e os alhos miudinhos (em Espanha a cebola é utilizada às rodelas). Coloquei-os na caçarola.

3. Adicionei a folha de louro, a baga de piri-piri (inteira ou desfeita). Deixei refogar um pouco.

4. Adicionei o pimento vermelho cortado aos pedacinhos pequenos. Deixei refogar. Acrescentei mais um pouco de azeite e adicionei o tomate e a pimenta preta.

5. Juntei as costeletas, previamente salpicadas com sal, e deixei que absorvessem os sabores do refogado. Adicionei a água e o vinho, certificando-me de que a carne ficava coberta. Envolvi todos os ingredientes com a colher de pau e tapei a caçarola. Deixei estufar cerca de 40 minutos em lume brando. É preciso ir vigiando para evitar que se agarre ao fundo da caçarola. Costumo sacudir o tacho, com tampa colocada, por duas ou três vezes durante a cozedura da carne.

6. Quase no fim da cozedura, aromatizei a carne com pedaços de folhas de manjericão.

Sobre as costeletas, deitei o molho e servi a carne acompanhada com conchiglione ou búzios grandes, como diz a minha filha. Em Espanha, as batatas cozidas servem de acompanhamento a este prato. Antes de servir, espalhei por cima da carne algumas folhas de manjericão (com salsa ou coentros fica também muito bem).

costeletas mistas à espanhola

4 Replies to “Costeletas mistas à espanhola com conchiglione e o voltar à rotina”

  1. Patrícia, adorei esta tua sugestão! É uma refeição perfeita para os jantares de semana em família, para repor energias depois de um dia de trabalho e/ ou estudo (e brincadeira, claro).
    Beijinhos, querida!

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  2. Olá Patrícia, bem me recordo dos meus tempos de escola em que também fazia com alguns professores o mesmo que os teus antigos alunos fazem agora contigo. Ainda não há muito tempo (numas férias em Portugal), encontrei uma professora minha do secundário na rua e reconhecendo-a fui cumprimentá-la. Ficou abismada com as voltas que a vida dá e com o meu percurso até aqui.
    A tua sugestão é óptima, mesmo para jantares a dois (caso de cá de casa) pois é simples mas completa.

    beijinhos e boa semana

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