9 anos de Food with a Meaning…Parece que foi ontem!

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Para o melhor ou para o pior, qualquer pessoa pode criar um blogue e publicar com maior ou menor regularidade. Neste nono aniversário reflito sobre as razões que me levaram a criar o Food with a Meaning e sobre esta aprendizagem que completa exatamente hoje 9 anos.

Ao lerem o primeiro post do blogue saberão que a criação deste coincidiu com a mudança para a nossa casa nova, ou seja, com a inauguração de um espaço físico e de outro virtual. Este último, denominado de Food with A Meaning, pretendia apenas partilhar as vivências culinárias associando-as ao contexto familiar e dos meus amigos mais chegados. Assim aconteceu durante dois ou três anos quase exclusivamente.

Em 2014, com as solicitações que foram chegando para a dinamização dos primeiros showcookings e workshops, deu-se um período de viragem no blogue. Foi o início de uma maior exposição social proporcionada pelas interações de culinária, pelas redes sociais e pelos convites para participar em festivais gastronómicos vários e iniciativas públicas e privadas aqui nos Açores e no continente português.

Nesta fase avassaladora, em que constituía tarefa árdua conciliar filhos pequenos, a casa e a minha profissão com as dinâmicas culinárias e com as publicações frequentes nos sites e nas redes sociais, vi-me, muitas vezes, com vontade de desistir. Era tudo novo e tudo tão exigente. Perdi a conta aos temas que preparei para as formações.

Os convites que continuavam a chegar, as parcerias e as amizades que fui construindo dentro e fora do mundo da culinária concorreram para que me apercebesse do meu valor neste que dantes era apenas o meu hobby.

Hoje, à distância, tenho consciência de que fui aventureira e de que abracei muitos desafios sem saber se os ia conseguir alcançar. Superei-me tantas e tantas vezes porque sempre me empenhei ao máximo. Falhar nunca esteve nos planos. Aquando da preparação dos workshops, lembro-me de chegar até a delinear planos B e C, se os A não dessem certo. Recordo-me de escrever várias e possíveis questões que me poderiam colocar durante os workshops e de preparar as respostas em detalhe. Lembro-me de pensar muitas vezes que deveria ser louca por perder tantos serões a compor posts e workshops.

Hoje repetiria tudo o que fiz. Hoje queria ter menos 20 anos para fazer muito mais, para absorver mais informação sobre o mundo que me rodeia, e para ser mais ágil na utilização de tanta tecnologia fantástica que existe ao serviço da edição de imagem e de som.

Hoje, estou muito feliz porque este blogue foi acompanhando o crescimento da minha família com tantos momentos de interação em torno da comida, na cozinha e na sala, de passeios e de viagens. Este blogue não é um caderno de receitas. É um legado de vivências, para os meus e para o mundo.

Achei que poderia ser interessante na comemoração dos 9 anos do blogue apresentar 9 reflexões relacionadas com o mesmo.

  1. O blogue não foi criado com o intuito de criar uma audiência, mas sim para partilhar as minhas vivências culinárias. Hoje são tantos os seguidores e as visualizações que chego a assustar-me com o volume e a proporção de conseguir entrar diariamente na casa de tantas pessoas em todos os continentes. Hoje são muitas as amizades que fiz por intermédio do blogue.
  2. O blogue não foi criado para realçar a minha imagem profissional nem validar conhecimentos. Afinal, a minha formação profissional está centrada no ensino, mais especificamente na escola e na sala de aula, em contacto diário com os meus alunos. Reconheço que a amplitude de contactos e amizades que tenho hoje possa resultar das minhas publicações e do interesse que os tópicos despertam nos visitantes. Percebo que a minha experiência de já 20 e muitos anos como docente me dotou de capacidades de interação nas dinâmicas de culinária.
  3. O blogue não foi criado para criar conexão e compromisso. As publicações foram fluindo ao sabor dos cozinhados e das vivências. Os amigos foram chegando naturalmente. Os únicos compromissos que tenho são para com as marcas que me solicitam parceria e confiam no meu trabalho como food blogger e food stylist.
  4. O blogue não foi criado com o intuito de gerar oportunidades para trabalhos futuros. As entidades públicas e privadas foram tendo conhecimento da qualidade do trabalho e a palavra foi passando. Hoje serve também para promover produtos regionais e nacionais nos quais acredito.
  5. O blogue não foi criado com o objetivo de organizar os meus pensamentos, mas depressa percebi que quando se começa a escrever um artigo novo somos forçados a organizar o pensamento, a ler previamente sobre os temas, a experimentar para depois poder fazer-se a partilha da aprendizagem de forma coerente e correta.
  6. O blogue não foi criado para se destacar no panorama regional e nacional dos blogues, mas recebo muitos elogios de grandes nomes nacionais de blogues de culinária, muitos dos quais já tive o prazer de conhecer pessoalmente e de comprar os seus livros. É bom quando nos dizem que as receitas são muito boas, que as fotos têm qualidade, mostram variedade e versatilidade, contam uma história, transmitem emoções e que denotam o carinho que coloco em cada elemento dos cenários que crio.
  7. O blogue não foi criado para ganhar dinheiro. Nenhum elemento do blogue, receitas e fotos está associado a sistemas de monetização por intermédio de cliques ou de visualizações. Todas as receitas são partilhadas de forma gratuita, apesar de ter despesa anual com o blogue para me certificar de que os conteúdos são guardados e preservados.
  8. O blogue é um espaço muito gratificante, porque é centrado no altruísmo da partilha. Quem o segue e lê vem com tempo porque aprecia este espaço, que não é só mais um post no mural de uma rede social, que rapidamente é substituído por outro e ainda outro mais recente. O blogue sou eu e são todos os que o visitam, pois estes levam um pouco de mim com eles.
  9. Bem hajam todos os que por aqui passam e que enriquecem as publicações com comentários e questões. Bem hajam todos os que visitam o foodwithameaning em silêncio. Bem hajam todas as novas amizades e parcerias criadas por intermédio do blogue e dos workshops que desenvolvo. Bem hajam todas as pessoas que por aqui passam, leem as publicações e reproduzem as minhas receitas. Bem haja a minha família e bem hajam todos os meus amigos e provadores-reais, que me aturam e esperam pacientemente pelo prato até que a reportagem fotográfica esteja concluída. Eles também sabem que o prato da foto é sempre o melhor servido! Em suma, Agradeço a todos os que me apoiam neste projeto: família, amigos, entidades públicas, privadas e parceiros. Todos, à sua maneira, contribuíram e contribuem para que eu crie na cozinha, esteja online, do outro lado do ecrã, e de forma presencial, nos showcookings, workshops, nas dinâmicas Chef em Sua Casa, nas palestras, nas formações e na consultadoria.

Que haja saúde e energia para que continue por cá!

“Sozinhos vamos mais depressa, em conjunto vamos mais longe”.

Hoje vamos comemorar com vinho.

Qualquer pessoa que tenha visitado um mercado alemão ou austríaco na época do Natal conhece o Glühwein. Caracteriza-se por ser um vinho quente aromatizado com laranja e especiarias . A sua origem está associada a países com invernos muito rigorosos sendo, por vezes,  confundido com bebidas como o mulled wine, a versão inglesa e a bebida preferida das festas da Inglaterra Vitoriana, o glogg , um preparado sueco à base de vinho aquecido com açúcar e bebidas destiladas, servido em copos com amêndoas e uvas passas e o eggnog ou posset,  também originário de Inglaterra. Este último começou a se consumido no século XIV e ganhou popularidade quando a receita foi levada pelos Pilgrims para as colónias americanas, passando a ser considerado como a bebida das classes populares.  O mesmo aconteceu com o mulled wine.

Se no passado a utilização no vinho de especiarias e de açúcar em excesso  servia, por vezes, para disfarçar um vinho de menor qualidade, hoje estes ingredientes conferem vida e perfume a estas bebidas. 

Sirva o Glühwein num dia frio e, de preferência, partilhe-o com amigos.

Ingredientes

  • 3/4 chávena (180 ml) de água
  • 3/4 chávena (150 g) de açúcar
  • 1 canela em pau
  • 3 sementes de cardamomo
  • 1 laranja ou 4 tangerinas
  • 8 cravos-da-índia inteiros
  • 3 estrelas de anis
  • 1 (750 ml) garrafa de vinho tinto de qualidade (utilizei Portas da Herdade)
  • 2 cálices de vinho do Porto (facultativo)
  1. Numa panela, misture a água, o açúcar e o pau de canela. Leve a ferver, diminua o lume e mantenha a água fervendo em lume baixo.
  2. Corte a laranja ao meio e esprema o sumo sobre a água enquanto esta ferve. Fure a casca da laranja com os cravos-da-índia e coloque a laranja com os cravo na água em ebulição. Mantenha a panela ao lume  até que a água esteja com a consistência de uma calda doce.
  3. Misture o vinho, aumente o lume, mas não deixe o vinho ferver.
  4. Retire do lume e deixe descansar durante 1 hora.
  5. Coe  e sirva o Glühwein em canecas ou em copos pré-aquecidos.
Brindemos! Cheers!

2 Replies to “9 anos de Food with a Meaning…Parece que foi ontem!”

  1. Boa noite Patrícia. Mais uma vez aproveito para felicitar a Patrícia pelo trabalho desenvolvido e pelo 9º aniversário do blogue. Adorei ler a reflexão. Ao lê-la “sinto” a energia contagiante e o prazer em todo o trabalho que tem realizado e a felicidade em não apenas cozinhar, mas também em transmitir e partilhar os seus conhecimentos e dotes culinários. É de louvar o empenho e tempo que dedica para que tudo no seu blogue seja agradável, não só as receitas, mas também as imagens que cativam e demonstram vivências. PARABÉNS e que continue por muitos e bons anos com essa energia e a fazer chegar a casa de muitas pessoas receitas e um blogue que dá prazer ler.

    Um beijinho

    Natalina

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    1. Olá Natalina.
      Fico muito emocionada e agradecida com as suas palavras. Este caminho de nove anos foi-se desenhando com muita dedicação nas partilhas. Grata por estar a acompanhar este percurso. Que haja saúde para fazer ainda muito mais.
      Um grande beijinho para si.
      Patrícia

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