Hoje não há receita. Resolvi partilhar convosco algumas fotos do presépio que foi feito este ano cá em casa. Como vem sendo tradição na minha família, o presépio é presença obrigatória debaixo da árvore de Natal durante a quadra natalícia. E queremo-lo sempre o mais natural possível, por isso, existe, desde sempre, todo um ritual associado à sua elaboração. Quando era criança, eu e os meus irmãos íamos para o campo com o meu pai à procura de leivas, pedras com musgo e farelo. O sítio onde íamos buscar estas riquezas da natureza era sempre o mesmo, como se de um viveiro se tratasse. E todos os anos a natureza se renovava para nós e havia sempre à nossa espera os mantos de leivas com pequenas plantas, que no presépio ganhavam o tamanho gigante de árvores, pedras com montinhos verdes de musgo agarrados e farelo que ficava abandonado pela guarda-florestal aquando do corte das árvores. Existia muita magia à volta do presépio. Tudo era preparado de véspera e ao pormenor. Chegada a hora, vestíamos roupas mais velhas e calçávamos sapatos mais esfarrapados, colocávamos alguidares (aqui diz-se panas) no porta-bagagem do carro para as leivas e as pedras, um saco de plástico para o farelo, que era mesmo apanhado com as mãos por nós e começávamos a nossa aventura, sempre atentos à busca do melhor exemplar, como se de uma caça ou de um desafio se tratasse. E a natureza parecia não importar-se. Sentia-se agradada com a nossa presença, como se de companhia e vozes precisasse.






Quando era pequena também fazia o presépio. Aliás, não faziamos arvore de Natal. Ainda me lembro que os rios eram feitos com espelhos que todas as malas de mão de senhora traziam dentro. Infelizmente agora as crianças já não sabem o que isso é.Só falam no Pai Natal e nos presentes.
Hoje pela primeira vez fiz um bolo rei. Ficou grande e muito bom. No entanto falta um toque especial na massa que não sei o que é, deve ser um segredo dos pasteleiros.
Beijinhos
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Apreciei muito o pormenor dos rios do teu presépio serem feitos dos espelhos das malas das senhoras. Linda recordação. Obrigada por partilhares. Hoje só se fala em pai natal e da caça às prendas. Materialismos sociais!
Sabes, o ano passado, estreei-me com o bolo rei e saí-me bem, Não podemos querer igualar o caseiro ao industrial, que se faz nas pastelarias em grandes quantidades. Deve ter ficado lindo. Vou ver se o publicaste. BJ
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Quando era nova tb ia apanhar o musgo. Pena é que hoje em dia o Natal é maioritariamente o Pai Natal e não o Menino Jesus.
(as minhas prendas eram dadas pelo Menino Jesus (afinal é ou não erdade que é Deus o detentor da nossas vidas?)
Gostei do “prato” que serviste hoje
Obrigada
🙂
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Tens razão. Hoje já quase não se fala do menino jesus. Mais um motivo para ele estar presente cá em casa. O nosso exemplo é o melhor exemplo para as crianças.
um abraço
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Há uma incompatibilidade qualquer entre o ipad e o wordpress, pois nem sempre consigo comentar a partir do ipad. Assim, só hoje comento este post, apesar de já o ter visto há algum tempo.
Lindo, o teu presépio. E as fotos foram tiradas na hora certa. Com uma luz linda.
Também ia, em criança, apanhar leivas com a minha avó e, também com ela, fazia as casinhas em cartão (aliás, falo sobre isso no meu post sobre o Natal). É mais uma das muitas recordações que guardo da minha avó. Cá em casa, ainda nunca fiz um presépio “à antiga”. Talvez quando o Manel crescer mais um pouco. Para já, tenho os que a minha mãe chama de “presépios malucos”, um tanto ou quanto alternativos 🙂
Beijinhos e continuação de bom domingo.
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