O início de um novo ano implica sempre uma reflexão. Pesamos o que aconteceu de bom. Analisamos o que foi tido como mau. Fazemos um flashback interior. Um scanning mental. Recordamos acontecimentos significativos. Tentamos esquecer outros. Os que nos trouxeram mágoa. Nem sempre conseguimos. Damos graças pela saúde, pela família e pelo trabalho que temos. Contabilizamos concretizações. Acrescentamos à lista as que ficaram por cumprir. Registamos votos e intenções para os próximos 365 dias. E todos anos acontece o Recomeço. Um dia um do mês um entre tantos dias uns e meses uns nas nossas vidas. A metáfora da necessidade humana de ter sonhos, de fazer planos, de ter esperança em tempos melhores. Cada vez mais acredito, tal como Nietzsche, que ” a esperança é o derradeiro mal; é o pior dos males, porquanto prolonga o tormento”. E a humanidade começa a acreditar que a esperança é algo negativo e inútil porque é a ela que todos se agarram quando tudo o mais falhou. Sente-se sozinha dentro de casas com muros altos ou em prédios que quase tocam o céu. Sente-se abandonada porque já não acredita nas pessoas que estão por detrás das máquinas dos países, porque vê nações a desinvestirem na educação e a desacreditarem professores, a negligenciarem os cuidados de saúde e a segurança das populações, e a enviesarem as estatísticas de desemprego com formações precárias puramente ilusórias e inertes de futuro. A natureza, essa sim, é o verdadeiro recomeço. E tal como as estações do ano, tudo é um ciclo. Começa. Regressa ao início. Acontece. Termina. Recomeça. E, nesta altura, gostaríamos muitas vezes de ter nas nossas mentes um botão de Reset. Voltar a zeros. Prometer ser melhor. Querer ser melhor. E o genuíno, ou o ingénuo, está nisso mesmo. E, todos os anos, no dia um do mês um, há algo de previsível neste ato pseudo-heróico de recomeço.
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Depois deste balanço, ou desabafo, quero agradecer, neste início de novo ano, a todas as pessoas que doam um pouco do seu tempo ao Foodwithameaning: que leem as receitas, os textos e que comentam o que faço. Obrigada. A par da minha família e dos meus amigos, vocês serão sempre convidados para a minha mesa.
O sr. Friedrich também disse:
“Em certas pessoas, o alegrar-se com um elogio é apenas uma delicadeza do coração – e precisamente o contrário de uma vaidade do espírito.”
Assim sendo aqui fica o meu elogio, à autora, ao texto e ao blogue .
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Aceito então com humildade o elogio.
Obrigada Miguel.
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Sinto-me super convidada. E só não me convido mais porque ainda não viajei até ao Açores. Quem sabe 2014 traga essa benesse. Ou outras, pelas quais possamos estar gratos. Acho que este é o ano em que devemos estar gratos pelas pequenas coisas do dia-a-dia. Porque as coisas grandes não está nas nossas mãos resolver. Logo, pelas pequeninas vamos completando a nossa felicidade 🙂
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E, sim, é de small things que o nosso dia-a-dia deve de ser mesmo composto. Há é que aprender a apreciar estas pequenas grandes coisas.
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E tu sabes que a minha mesa está sempre posta para ti.
beijinhos
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parabéns pelo blog fantástico – embora nunca comente, ando sempre por aqui – e Feliz Ano Novo 🙂
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Obrigada ml pela fidelidade ao blogue. É bom saber que está aí desse lado.
Que 2014 seja também pleno de felicidade para si.
Beijinhos
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E venham muitos mais anos de partilhas e palavras. Bom ano Patrícia.
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Obrigada Liliana. És uma querida. bjs e um ano muito feliz para ti.
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Parabéns por este teu blog.
Sabes que sou leitora assídua , pontual e praticante de algumas coisas ,outras eu retiro ou acrescento coisas…..
Bom Ano,bjis
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Sei que és leitora assídua e uma cozinheira de mão cheia. Tu é que és uma inspiração para mim.
bjs
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Até faz mais sentido deixar neste post o comentário que não consegui publicar, antes do final do ano. E era a dizer que te desejava coisas boas, que te fizessem feliz. Por mais que não se ligue muito a isto dos finais e dos recomeços, a verdade é que é uma altura marcante. Quase inevitáveis os balanços, as contas de coração. Seja o que for, o mais importante será a nossa preserverança. Que seja invencível.
Um abraço grande de início de ano.
Mar
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Mas eu consegui ler, através do email, mas agradeço-te igualmente estas tuas palavras que falam da inevitabilidade dos recomeços e de preserverança. É mesmo difícil ser-se constante, firme e persistente nos dias de hoje.
Beijinhos
Patrícia
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