A arte tem o condão de nos transportar para outras realidades. Mostra-nos retratos de tempos reais, vivências de universos alternativos e transposições de egos e alter-egos. O pintor vê na tela o prolongamento do belo, do feio, das suas alegrias e inquietações. Com a ponta do pincel e rasgos de inspiração, retrata estados de espírito, pormenores de paisagem ou do quotidiano das gentes, personalidades e cenas históricas… numa infinidade de possibilidades onde apenas a imaginação impõe limites.
Rob Gonsales, com formação académica em arquitetura, é um dos meus pintores favoritos. É um contemporâneo de origem canadiana que elege o realismo mágico na execução das suas obras. Embora o trabalho deste pintor seja muitas vezes classificado como surrealista, ele distancia-se desta corrente devido ao fato de as imagens resultarem de planeamento e de pensamento consciente. As ideias são em grande parte geradas pelo mundo externo e envolvem atividades humanas reconhecíveis, sabiamente integradas através de dispositivos ilusionistas cuidadosamente elaborados.
Este pintor é um dos meus eleitos porque detém o poder de introduzir um sentido de magia às cenas realistas que retrata, como se de sonhos se tratassem. Este realismo mágico é o que verdadeiramente me atrai no seu trabalho: a possibilidade de podermos introduzir na realidade do quotidiano um pouco de magia. Faz-nos acreditar na possibilidade do impossível.
Poderão visualizar outras obras mais recentes do pintor aqui.
A Guida, do blogue Panela sem (de)pressão, recebe até 16 de Março a 11ª Edição do Convidei para Jantar, iniciativa criada pela Anasbageri. Para participar neste desafio, convidei para jantar o pintor Rob Gonsales e ofereci-lhe um prato vegetariano com muita cor.
Modo de Preparação
1. Numa taça grande de vidro batem-se os ovos inteiros com um garfo.
2. Adiciona-se a cebola e a couve chinesa cortadas aos pedacinhos.
3. Junta-se a courgette laminada em pequenos palitos e o pimento sem casca também cortado em pedacinhos.
4. Adicionam-se os tomatinhos cereja cortados ao meio.
5. Picam-se 6 folhas de salva-ananás e adicionam-se ao preparado.
6. Tempera-se com sal e mistura de cinco pimentas.
7. Salpica-se com uma pitada de açaflor (da horta da Ilídia)
8. Mistura-se tudo com uma colher.
Os apreciadores de carne poderão, nesta fase, adicionar pedacinhos de fiambre, bacon, frango desfiado, atum … à receita.
9. Coloca-se azeite numa frigideira, deixa-se aquecer, e verte-se parte do conteúdo da tigela até o fundo da frigideira estar todo coberto.
10. Frita-se em lumo brando até a tortilha se soltar da frigideira.
11. Volta-se a tortilha para dourar a outra face.
Dica: Se tiver dificuldade em virar a tortilha sem que esta se desmanche, coloque um prato raso em cima da tortilha e vire a frigideira ao contrário, para cima do prato.
Já com a tortilha no prato, é muito fácil fazê-la deslizar novamente para a frigideira para fritar a outra face. O método da panqueca, de atirar a panqueca ao ar e fazê-la cair com a face por cozinhar é no meu entender demasiado cinematográfico e desadequado para a confeção das tortilhas por estas serem mais pesadas do que as primeiras.
Com esta receita confecionei duas grandes tortilhas. O aroma que emanava delas era tão bom que não resisti a petiscar a primeira enquanto a outra ainda estava na frigideira. Adoro este tipo de receitas por se prestarem a diferentes versões. Tal como acontece com Rob Gonsalves nos seus quadros, aqui a imaginação também é o limite.
A couve-chinesa e a salva-ananás, que aromatizou na perfeição esta tortilha, vieram das estufas do vizinho António.





Gostei muito da tua participação. 🙂
Deste-me a conhecer um belo pintor e um saboroso prato vegetariano!
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Que beleza! Até sinto daqui o cheirinho apetitoso… Parabéns!
Talvez para a semana já esteja bom tempo; só não estou por lá na próxima 3ª. Feira, 2 de Abril.
António Gomes
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Estes desafios acabam por ser surpreendentes fontes de partilha e conhecimento. Um pintor que não conhecia. Mas que gostei de conhecer. Um beijo, Patrícia.
E votos de uma Páscoa doce e em família.
Babette
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Adoro este desafio, por isto, pela partilha, pelo conhecimento.
Não conhecia este pintor. Mas que gostei de conhecer.
E adorei a tortilha, com a salva ananás que já me deixou curiosa.
Um beijinho Patrícia, e desejo uma Páscoa feliz.
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Que lindo e que boa escolha.. o meu ainda está a caminho em breve vou receber na minha casa! um beijo
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Que escolha maravilhosa! Não conhecia e adorei! E a tua tortilha parece excelente! Beijinho
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