Filhós de Forno, presença obrigatória no Carnaval Terceirense

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O Carnaval terceirense caracteriza-se por ser a maior festa da ilha. Coloca em evidência a riqueza popular materializada na sabedoria da confeção de máscaras e disfarces. É muito comum ouvir-se nas ruas: – Este Carnaval, vais-te disfarçar de quê? De facto, o carnaval mobiliza pessoas de todas as idades nas suas diversas manifestações. O corso carnavalesco que, na sexta-feira, desce as artérias das duas cidades da ilha, alegra as gentes com a música festivaleira, muita dela importada do Brasil, e com o colorido eclético das fantasias das crianças elaboradas por pais caprichosos, colégios e escolas.
Os clubes desportivos e as associações dinamizam bailes de carnaval e contratam bandas que tocam efusivamente até o sol nascer.
Muitos amigos organizam os chamados assaltos de carnaval que se caracterizam por ser festas privadas para as quais cada convidado contribui com um prato ou com bebidas para molhar a garganta nos intervalos do pula-pula.
Todas as freguesias da ilha abrem a porta das suas Casas do Povo e Sociedades Recreativas à população em geral, sem cobrar entrada, para nas suas salas receberem as danças e os bailinhos de carnaval. Estes são encenações populares, sabiamente escritas e animadas por músicos, nas quais se destaca o mestre, que dança com pandeiros ou espada, e que apresenta o grupo e os propósitos da história que pretendem apresentar. Os bailinhos são sátiras sociais que recorrem ao humor e ao exagero com o objetivo de divertir a plateia. Por sua vez, as danças de espada constituem enredos dramáticos vividos pelas famílias e são em menor número.
O Carnaval terceirense é também sinónimo de iguarias típicas desta época. Destacam-se as massas fritas: os coscorões, as filhós fritas e as filhós de forno. A estas últimas o povo costuma denominar de fofas. São estas que vos trago hoje, terça-feira de Entrudo, diretamente do livrinho de receitas da minha mãe. O creme com que as recheio não é o típico da ilha Terceira, mas o que se confeciona nas ilhas do Pico e do Faial, de onde são os meus pais oriundos. Cá na Terceira não se utiliza a erva-doce no recheio, mas devem experimentar pois confere um sabor muito especial. Introduzo o paladar da erva-doce por intermédio do chá, evitando-se assim trincar as sementinhas.

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Filhós de Forno

para 16 filhós

350 g de farinha com fermento
0,5 litros de água
100 g de manteiga
6 ovos
2 colheres de sopa de açúcar
2 colheres de chá de fermento
1/2 colher de chá de sal.

A água vai a levantar fervura com a manteiga, o açúcar e o sal. Quando está a ferver, deita-se a farinha com o fermento, mexendo sempre até fazer bola, mas já fora do lume.
Quando a massa estiver morna, vai-se colocando um ovo de cada vez e amassando até a massa ficar fina.
Untam-se as forminhas de alumínio.
Colocam-se colheradas  de massa em cada forminha até 2/3 da capacidade.
Vai a cozer durante 30 a 40 minutos em forno bem quente.

Deixam-se arrefecer um pouco com a porta do forno entreaberta. Deixe as filhós nas formas de alumínio até estarem totalmente frias e, assim, prontas para serem recheadas.

Cremes para as Filhós

Opção 1.

Faz-se chá com erva-doce. Coa-se e mede-se duas chávenas deste chá e duas chávenas de leite. Colocam-se os líquidos numa caçarola e adiciona-se 300 g de açúcar. Deixa-se ferver um bocadinho em lume baixo.
Retira-se do lume e deixa-se arrefecer um pouco. Junta-se duas colheres de chá de farinha de trigo, ou de maizena (neste caso, uso uma colher de chá de maizena), dissolvidas em muito pouco leite, , cinco gemas de ovos e raspa de limão.
Volta ao lume brando, sem ferver, mas mexendo-se sempre.

Opção 2. (mais saudável- menos açúcar e menos ovos)

Faz-se um creme Inglês com 500 ml de leite, dois ovos inteiros (uso os ovos inteiros, reduzindo assim o número de gemas, aroma de baunilha, 100 g de açúcar (menos açúcar do que a opção 1), 40 g de maizena, raspa de meio limão grande. Num tacho ao lume, coloque mo leite e a baunilha.Adicione os ovos, previamente batidos, os 100 gramas de açúcar e a raspa de limão.Mexa sempre com uma colher de pau para evitar que crie crosta no fundo do tacho.O creme está no ponto quando passamos o dedo na colher e não escorre.

 

Com uma tesoura de cozinha, disfere-se um golpe lateral e horizontal em cada filhós e recheia-se com o creme.

Esta receita de filhós é feita com massa escaldada. Cá na ilha existe ainda outra versão, que não leva manteiga na massa e não segue o método da massa choux, utilizada nos profiteroles e nos éclairs. Esta versão, que consta do link abaixo deixa a massa mais consistente e mais seca, logo, mais aguentada do que a 1ªversão. A receita é da Manuela do blogue Delícias e Companhia.

11 Replies to “Filhós de Forno, presença obrigatória no Carnaval Terceirense”

  1. Que lindas 🙂 Este ano aguentei-me sem fazê-las. Eu adoro, mas depois não sei parar de comê-las hehe.
    Passei também para te dizer que a minha bimby ainda não parou 😀
    Beijinhos

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  2. A tua receita é bem diferente. Muito “do triângulo”. Só este ano é que descobri que por lá se chamam fofas. Eu cá gosto mesmo é de dizer “filhoses”, este plural deturpado que nos enche a boca 🙂 O meu Carnaval foi caseiro, calmo. Bem diferente do teu, pelos vistos 😉
    Beijinhos

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  3. Filhós no forno que óptima sugestão, e com esse recheio de erva doce deve ser uma delicia! Como não vou passar o Carnaval aí, o melhor é mesmo experimentar a fazer.Bom Carnaval!
    Bjs

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