Sábado foi dia de visita às estufas do senhor António. Moramos na mesma rua mas já há algum tempo que não comprava lá legumes, muito devido ao facto de termos cá em casa a nossa própria horta, fruto do trabalho e empenho do meu marido. Eu confesso que em vez da produção dos legumes prefiro a confeção dos mesmos.
Cheguei por volta do meio-dia. Sei que o senhor António mantém a porta da quinta aberta ao público até à uma da tarde ao sábado. Entrei. Dirigi-me ao local de vendas. Vejo os cestos cheios de acelgas suíças, couve japonesa, minutina italiana, micro-couve chinesa. Já lavada e pronta estava a já conhecida salada com folhas variadas de onde espreitam vários tipos de alface e de agrião e um ou outro raminho de beldroegas.
Chamo pelo senhor António mas não recebo resposta. Sigo um carreiro ladeado por bardos de hibiscos que orienta a minha caminhada até às estufas. Vejo-o lá ao fundo a conversar com um casal. Acena-me e chama-me para junto deles. Estava a mostrar-lhes como funciona a hidroponia. Fiquei radiante mas com pena de não ter levado comigo a máquina fotográfica . Fomos entrando nas estufas e percorrendo as diferentes espécies plantadas sem recurso a terra. Senti entusiasmo na voz do meu vizinho à medida que identificava cada planta e o processo do seu crescimento. Insistia que experimentássemos o que quiséssemos. Nós parecíamos crianças a absorver tanta informação e intrigados com o sabor sui generis de algumas das culturas. Fiquei embevecida com a beleza das acelgas suíças e com os aromas que emanavam da ervas aromáticas. Num email que me tinha enviado com os produtos disponíveis para essa semana despertou-me à atenção a existência de salva-ananás. Não resisti, perguntei logo ao senhor António por ela. Quando chegámos à estufa onde se encontrava, cortou uns raminhos e deu-mos. É fabuloso e intrigante como a salva concilia na perfeição o aroma do ananás. A estranhar a minha demora, o meu marido resolveu aparecer também por ali e juntou-se ao grupo. A naturalidade de ambos, Trás-os-Montes, fez com que a conversa se desviasse e alongasse. Entretanto o outro casal já se tinha ido embora. O relógio marcava 13.30 e o almoço ainda estava por finalizar. Convidou-nos para aparecermos por lá com mais calma. Fiquei radiante pois assim já poderia levar a máquina fotografia e futuramente partilhar as fotos convosco.
Ao chegar a casa e, seguindo alguns conselhos do produtor, preparei rapidamente este salteado de minutina italiana, também conhecida por erva-estrela.
Decorei o salteado com flores comestíveis, conhecidas por chagas ou capuchinhas, gentilmente cedidas pelo senhor António.
Ingredientes
500 g de minutina italiana
4 dentes de alho
1dl de azeite
moinho de cinco pimentas
noz-moscada
sal de mesa
Este é mesmo um salteado muito simples de fazer.
Preparação
Lavei a minutina e sequei-a muito bem.
Coloquei o azeite numa frigideira.
Acrescentei-lhe os dentes de alho picadinhos.
Adicionei a minutina e envolvi com a colher de pau para que absorvesse o azeite de alho.
Temperei com mistura de cinco pimentas, bastante raspa de noz-moscada e sal de mesa.
Fui sempre envolvendo com a colher de pau até reduzir o volume do legume para metade.
Este salteado acompanhou uma salada de peixe que publicarei em breve.
Dica: Já ao terminar o salteado lembrei-me que este talvez também ficasse muito bem com pedacinhos de bacon fumado.



Sabes cá em casa também temos uma horta hidropónica e os legumes são de factos deliciosos, muito mais crocantes na minha opinião. Até pus umas fotos da mesma na página donabimby no facebook. Também fazemos cultivo em aquaponia , com peixes 🙂
Que sorte teres um vizinho como o Sr. António e poderes comprar legumes fresquinhos e que sabes de onde vêem.
bjns
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Já fui espreitar as fotos da tua horta. Curioso, o que a água nos dá. E tens razão, os legumes são bem mais crocantes.
bjs
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Olá Patrícia! Vi-te pelo facebook atraves da página Cravo e Canela e vim espreitar! E fiquei deliciada com o que vi e o que li! Com esta viagem pela estufa e pela hidroponia, fez me lembrar os meus tempos de estudante!! 🙂 Adorei esta salada!! Que fresquiinha!!! e as fotos assim o demonstram! Já vou passando por aqui!
Um beijinho,
Mena.
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É tão bom e revigorante termos um pequenino mercado cheio de verduras e frutas bem frescas e escolhidas a dedo… hoje trazes aqui bastante variedade e adorei conhecer alguns vegetais que nunca ouvi falar, como a minutina… Linda a tua salada!
Beijinhos e boa semana
http://fabricocaseiro.blogspot.com/2013/03/pernas-de-frango-no-forno-ao-alho.html
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É verdade, sinto que tenho muita sorte. E com vizinhos destes quando a minha horta falhar tenho sempre verduras de reserva bem perto de casa.bjs
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As chagas são tão bonitas! Ficou uma salada bem colorida, para ver se nos alegra os olhos tão cansados do céu cinzento!
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Podes crer. Elas representam a versão bonita da natureza. Ainda bem que te alegrei. bjs
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Olá! Tudo bonitinho! Tudo bem feitinho! Tudo com aspecto de querer ser comido! E até tudo muito bem descrito e escrito (Professores, são assim!); só uma pequena intervenção minha, para a qual peço desculpa: esta parte, como já tinha sido descrita ao casal com quem já eu conversava, não foi repetida à Patrícia; trata-se de diferenciar hidroponia de BIOPONIA. O que a Patrícia presenciou foi “cultivo em modo biopónico”, não reconhecido pelas certificadoras de “AB” pelo facto de não fazer uso do solo, mas que não contém qualquer espécie de químicos nem de pesticidas!
Hidroponia usa químicos e pesticidas e tem um sistema de funcionamento automatizado; enquanto que em bioponia é tudo “controlado a olho” em virtude de os fertilizantes orgânicos utilizados não conterem Electrocundutividade e só esta diferença já não permite que a tecnologia de ponta usada em hidroponia possa funcinar…
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Obrigada sr. António. Já viu como continuo a aprender consigo? um abraço.
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Uma manhã tão rica e cheia de coisas boas!
Esse sítio deve ter uma energia tão positiva que eu aqui de tão longe me apetecia visitá-lo!
Não conhecia a minutina… que interessante. E as acelgas, tão lindas!
Um beijinho e depois quero ver fotos.
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Voltarei à quinta ainda esta semana se o tempo estiver bonito e prometo partilhar com a blogosfera as fotos.
E sim há lá muitas energias boas, provenientes da água e do modo cativante como nos é explicado tudo o que acontece por lá. bjs
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Quantas novidades 😉 sempre a aprender, sempre a aprender 😉
Babette
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É verdade. E eu estou sempre aberta à aprendizagem. Bjs para ti e para os teus meninos.
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Aí Patrícia, tanta água a separar-nos! Eu quero essas acelgas!!!!!!! Tens muita sorte. Vai partilhando virtualmente que já nos faz bem aos olhos.
Um abraço,
Guida
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E hoje é mesmo assim: há tanta água a separar-nos. Chove copiosamente e está uma ventania de doidos. O mar até mete medo! Viver em ilhas regista também uma vertente assustadora. Que nos valha a beleza das acelgas! Um abraço. Patrícia
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