Foram dois dias inesquecíveis de formação ao mais alto nível. Usando as palavras de Jerónimo Pinto, especialista em nutrição de ruminantes, ‘foi de génio a ideia da organização do evento ter triangulado a ciência da carne, com a nutrição dos ruminantes e a confeção culinária’. Começar a formação por aprender as diferentes partes do animal, os cortes e proceder à confeção da carne, atribuindo-lhe receitas específicas, contribuiu para a compreensão da necessidade de rentabilizar e respeitar ao máximo o animal, diminuindo-se o desperdício e aumentando-se a rentabilidade e a sustentabilidade. A relação entre a alimentação do animal e a qualidade da carne foi essencial para se perceber o marmoreio e a tenrura. A maturação foi também um tópico que recebeu destaque, tendo sido aprofundada por David Bass, cientista da carne. Chakall foi o chefe de serviço, apoiado por uma equipa de talho, cozinha e sala da empresa “Quinta dos Açores”. Metade da formação foi ministrada em inglês, uma vez que Phill Bass era de naturalidade norte-americana, tendo sido facultada tradução pela organização.
Da assistência faziam parte produtores de carne bovina, empresários do ramo alimentar, engenheiros zootécnicos e agrónomos, médicos veterinários, professores universitários, chefes de vários estabelecimentos de restauração e cadeias de hotéis açorianos, food bloggers, talhantes, funcionários da direção regional de agricultura e público em geral. As inscrições esgotaram e eu fiz parte dos 50 sortudos que tiveram a oportunidade de aprender sobre processamento, produção e confeção de carnes de bovino.
Felicito o Núcleo de Criadores de Raças de Carne da Ilha Terceira e a Quinta dos Açores pela organização do evento.