Gosto muito de flores e conseguir tê-las em vários cantos da casa é motivo de cor e de felicidade. Apenso a este gosto está o de jarras e jarrinhas, vasos e vasinhos. Tenho uma predileção especial por flores selvagens, talvez por viver rodeada do contraste entre a natureza cuidada e a selvagem. Com um pequeno passo saio do conforto do relvado domesticado e começo uma aventura entre arvóres, plantas e ervas que nunca foram domadas. Este último é o meu jardim favorito. Dele saíram estas flores de cor lilás que enchem de luz o vaso branco. Lá, percebo o verdadeiro poder da natureza. Lá, lembro-me, muita vez, do poema “The world is too much with us”, do poeta inglês William Wordsworth, e penso no afastamento e na falta de sintonia entre o Homem e a Natureza. E esta natureza consegue ser tão apaziguadora. O meu jardim selvagem contrasta, assim, com o frenesim tecnológico da nossa sociedade, cada vez mais voltada para valores superficiais, interessada apenas em acumular riquezas para depois gastá-las em bens materiais. Neste poema, o sujeito poético refere que seria menos infeliz se pudesse ter o tipo de relacionamento com a natureza que os homens da Antiguidade tiveram com Proteus e Tritão. Aqui, William Wordsworth lamenta esse afastamento, que sentia em finais do século XVIII. Tão atual esta realidade!
Agora percebo porque trago estes apontamentos de mundo selvagem para o meu mundo “civilizado”.
The World is too much with us
The world is too much with us; late and soon,
Getting and spending, we lay waste our powers;
Little we see in Nature that is ours;
We have given our hearts away, a sordid boon!
This Sea that bares her bosom to the moon,
The winds that will be howling at all hours,
And are up-gathered now like sleeping flowers,
For this, for everything, we are out of tune;
It moves us not.–Great God! I’d rather be
A Pagan suckled in a creed outworn;
So might I, standing on this pleasant lea,
Have glimpses that would make me less forlorn;
Have sight of Proteus rising from the sea;
Or hear old Triton blow his wreathed horn.
William Wordsworth
Chego a casa com o meu braçado de flores selvagens e ajeito-as num vaso. De seguida, penso que devo partilhar a sua beleza singela com o mundo e alertar para a falta de sintonia que existe em tantos aspetos das nossas vidas. De que melhor forma posso chamar a vossa atenção se não com a imagem de uma tarte tentadora? Desculpem-me a estratégia publicitária. Afinal, vivo num mundo tecnológico.
Quem gostar de tartes com bases de bolacha, esta é a ideal. O interior contempla ovos, manteiga de amendoim e leite condensado.Os amendoins salgados terminam a tarte, envolvidos num delicioso creme de caramelo.
Ingredientes para a massa
2 pacotes de bolacha maria
80 g de manteiga
aroma de baunilha (duas colheres de chá)
1 cálice de angelica(vinho licoroso açoriano)
manteiga para untar a tarteira
folha de papel vegetal
Ingredientes para o recheio
2 ovos grandes
1 lata de leite condensado
sumo de uma lima
2 colheres de sopa de manteiga de amendoim
Preparação da massa e do recheio
1. Tritura-se a bolacha num robo de cozinha ou na picadora 1,2,3.
2. Mistura-se a manteiga, o aroma de baunilha e a angelica com as mãos ou num robô de cozinha.
3. Unta-se uma tarteira com manteiga. Forra-se o fundo com um círculo de papel vegetal.
4. Espalha-se massa na tarteira, calcando-a.
5. Numa tigela, batem-se os ovos com o leite condensado. Junta-se a manteiga de amendoim e o sumo de lima. Verte-se por cima da bolacha.
6. Vai a cozer, em forno pré-aquecido, durante 2o a 25 minutos (200 ºC).
Ingredientes para a cobertura
150 g de açúcar
8 colheres de sopa de leite
1 colher de sopa de manteiga
1 pacote de amendoins (200 g)
Preparação da cobertura
1. Leva-se o açúcar a caramelizar num tacho ou na frigideira.
2. Adiciona-se o leite e a manteiga. Deixa-se ferver até o caramelo estar todo diluído.
3. Juntam-se os amendoins. Mexe-se e verte-se por cima da tarte. Ajeitam-se os amendoins com uma ponta de faca de forma a que fiquem uniformes.
Sirvam a tarte e deliciem-se com o sabor a caramelo e com o crocante dos amendoins salgados.
Fiquem bem!
Deve ser tão boa!
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Acredita que sim, Betty! Uma delícia!
beijinhos
Patrícia
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Gostei imenso do poema e do teu post. A tarte é a cereja no topo do bolo 😉
Beijinhos
Marta
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Olá Marta,
Fico feliz por ter gostado do poema. A tarte é também uma delícia.
Beijinhos
Patrícia
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Uma publicação bem bonita e cheia de sentimento.
E a tarte… Ai a tarte… Tão boa de aspeto… Estou a babar por uma fatia!
Beijinhos!
http://teresadeodatotudoaolho.blogspot.pt/
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Há dias assim, Teresa, em que vejo as coisas desta maneira. Pequenos alertas da natureza, penso eu.
Beijinhos e volte sempre.
Patrícia
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Tem tão bom aspeto comia já uma fatia.
bjs
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