Aqui nos Açores celebramos este fim de semana as festas do Espírito Santo. O ano passado escrevi sobre os rituais desta tradição açoriana.
Este ano, trago-vos a reportagem fotográfica para que conheçam pormenores da festa e deixo-vos a receita do alfenim, um doce típico desta época.
No interior dos impérios o altar é enfeitado com as coroas do Espírito Santo.
Estas coroas são utilizadas no final da missa para proceder à coroação dos mordomos da festa, quem fez promessa ao Espírito Santo e quem detém toda a despesa que envolve a festa, na qual se inclui o pão.
Algumas janelas dos impérios são engalanadas com toalhas e bandeiras com os símbolos do Espírito Santo. Esta temática encontra-se também expressa através de trabalhos em prata e estanho.
Para além do império, e em anexo a este, encontra-se a Despensa do Império. Nesta guarda-se o pão que será distribuído na festa, o vinho e algumas brindeiras, pequenos pães de massa doce distribuídos às crianças da coroação.
Quem visitar a despensa do império poderá experimentar alguns petiscos locais: as favas escoadas, a carne assada, o queijo, a massa sovada… e provar o vinho.
As senhoras que se encontravam por detrás dessa mesa, quando lhes pedi se autorizavam as fotografias disseram-me: E depois das fotos, a menina faça o favor de gastar! Fazemos questão!
Achei interessante o termos “gastar” pois apesar de noutros contextos implicar despesa, ali significava algo dado com o coração, o que não invalida uma pequena contribuição colocada na coroa se a pessoa assim o entender.
O pão para a distribuição à saída da Despensa do Império.
As cestas em que o pão é distribuído são muitas vezes revestidas de toalhas brancas com rebordos em renda fina.
Nestes dias de festa, as crianças vestem-se com vestidos brancos para participarem nas coroações. Os sacramentos da Primeira Comunhão e do Crisma são tradicionalmente ministrados nesta altura festiva.
Algumas freguesias distribuem pão doce e outras o tradicional pão de água.
As filarmónicas locais abrilhantam as procissões e o arraial da festa.
Nas freguesias das Lajes e da Vila Nova, é tradição a decoração destes carros com colchas e toalhas alvas, raminhos de verdura e fitas de cetim.
No seu interior encontram-se petiscos feitos pelos donos, normalmente oferecidos aos amigos que por ali passam.
O Alfenim é o doce típico destas festas. A par com os pães de massa sovada, as rosquilhas, também de massa doce, o alfenim é presença obrigatória nos altares dos impérios, fazendo parte depois dos produtos que são arrematados no fim da festa.
Na próxima semana teremos aqui no blog as tradicionais sopas do Espírito Santo, a célebre alcatra à moda da ilha Terceira e o tradicional arroz doce.
Abaixo, duas fotos de uma menina feita em alfenim, uma oferta que os meus pais fizeram à minha pequenita.
A arte em alfenim e a receita.
Uma excelente semana para todos. Por cá gozamos de feriado regional.
Sempre tive muita curiosidade acerca dessas festas. Tenho pena de nunca ter estado nos Açores nessa altura, por isso gostei muito da tua reportagem.
Beijinhos
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São destas festas tradicionais que se sentem a alma de cada povo, de cada país!
Espero ir aos Açores em breve!
beijinhos minha querida e uma excelente semana para ti
http://fabricocaseiro.blogspot.pt/2013/05/sopa-de-morangos-laranja-e-hortela.html
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Olá Patrícia
Essa festa é única! Adorava ir aos Açores para as comemorações. Ainda bem que fizeste esta partilha.
Boa semana!
Guida
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Carla, Patrícia e Guida,
Se algumas vez decidirem vir aos Açores nesta altura do ano, ofereço-me para fazer de cicerone. Acho que iriam gostar mesmo muito.
Beijos e uma excelente semana.
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Olá Patrícia, estas festas devem ser muito interessantes. Visitar os Açores nesta altura permite e vivenciar estas tradições, deve ser uma experiência muito interessante.
Beijinhos e bom feriado!
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Olá Lina. Todas as terras têm as suas tradições muito específicas. Esta é uma que é nossa, mas que se enraizou por todo o mundo onde existe comunidade açoriana emigrada. Muitos emigrantes optam por voltar à terra natal nesta altura do ano, prolongando a sua estada até ao fim do verão.
Um abraço.
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Olha eu cada vez que fazes assim estes post’s de tradiçoes e visitas pela tua ilha, fico com mais vontade de conhecer os Açores. Adorei toda a emoção com que relatas as vossas tradições.
E o alfenim deixou me a matutar. Fui cuscar tambem os links e acaba por ser uma massa de açucar. A tua pequena deve ter ficado contente com a guloseima! Até eu ficava, pois entao!
Um beijinho grande.
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De facto o Espírito Santo é a força das gentes açorianas. Também vivi 6 anos em Santa Maria e esta tradição também é muito vivida lá, de uma maneira muito diferente das restantes ilhas é facto, porque cada uma tem as suas particularidades encantadoras, mas dizem alguns dos entendidos com quem já me cruzei nesta minha vivida de quase 36 anos que o de Santa Maria é um dos mais fieis à origem desse culto. Portanto conhecer os Açores é bem mais complexo do que ir a una ou outra ilha, são de todas tão particulares, já tive a sorte de viver em 4 😀
Beijos e mais uma vez parabéns Patrícia.
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