O pesadelo do armário das tupperwares*

Scroll down to content

O pesadelo do armário das tupperware

                                                                                                                                                         imagem retirada daqui

Quem gosta de cozinhar alimenta também outro vício: o de comprar pratos e pratinhos, tigelas e tigelinhas, tachos e tachinhos, marmitas e marmitinhas e garfos e garfinhos. Raramente resiste a uma promoção que implique vidro, porcelana, cerâmica, cristal, alumínio e inox. Ter-se apenas meia-dúzia de conjuntos de chá e uma sequência de pratos de bolo significa poder variar-se pouco. As ocasiões exigem jarros e copos diferentes, acessórios para se servir o vinho, guardanapos e atoalhados a preceito, jarras e jarrinhas, centros de mesa e apontamentos de luz. Quem é mulher com gosto para a cozinha vê assim a lista de interesses a aumentar. À tentação por roupas, sapatos, malas e livros junta-se o magnetismo inerente aos acessórios de cozinha. E em casa só ela compreende porque necessita de tanto gadget. Se aliarmos este facto à existência de um blogue de culinária, a compra assume ainda maior importância. Quer-se variar os recipientes, os talheres e os paninhos, porque todos sabemos que os olhos são os primeiros a comer. A apresentação do prato reveste-se então de maior cuidado. Para quem aprecia cozinhar, a cozinha e  a sala de refeições são o coração da casa: locais de alimento e de convívio; espaços com conforto e onde impera a harmonia (especialmente  depois de a loiça estar limpa e arrumada). Cada utensílio tem o seu lugar dentro de determinado armário e vive de forma mais ou menos funcional e organizada. Aqui existe uma exceção: o armário das tupperwaresComeça-se por colocar as tigelas com as devidas tampas, separa-se por tamanhos e cores; dispõe-se a marmitagem em filas e em sequências e, de repente, vem aquele dia em que temos receio de abrir a porta do referido armário, com medo que o seu conteúdo desabe em cima de nós ou dos mosaicos da cozinha. É de facto o único armário que, cá em casa, tenho de organizar semanalmente para que não se transforme num pesadelo. A meio da semana,  com todos os afazeres domésticos e profissionais, acabamos por ter menos tempo; desistimos assim de associar a tampa à marmita e no fim da semana temos várias tupperwares* cheias de tampas e tampinhas dentro, todas desemparelhadas.

Será que o mesmo acontece nas vossas cozinhas ou serei eu a única dona de casa perseguida pelo fantasma do armário das tupperwares*?

Resta retirar todos os plásticos do armário e fingir que brincamos aos puzzles. Depois vem a satisfação de vermos tudo alinhado e em perfeita sintonia, até à próxima utilização. O fazer e o desfazer constante.

* aportuguesamento da palavra inglesa tupperware com utilização de um plural inexistente

18 Replies to “O pesadelo do armário das tupperwares*”

  1. Não podia concordar mais!!! E posso dizer-te que, noutro dia, ao abrir um armário, levei com uma forma de flan na cara! Ainda bem que não fiquei com um olho negro, senão todos pensariam que era mais uma vítima de violência doméstica a dar uma desculpa esfarrapada (“Sim, claro, caiu-te uma forma de flan em cima do olho…”).
    Beijinhos, boa quinta!
    Madalena

    Gostar

    1. Agora estou, ou melhor, estamos à espera da tua solução. E sim talvez sejas muito mais organizada do que eu.
      Um beijinho.
      Espero ansiosamente pela dica já que a semana está no fim e o armário das tupperwares já contempla algumas tampas fora de lugar.

      Gostar

  2. Olá Patrícia
    Não tertenço a esse clube por uma simples razão: o armário de tupperwares* cá de casa é o mais pequeno de todos (não gosto particularmente de “plástico”). Tenho poucos, o que por vezes me dificulta a gestão do frigorífico com sobras e afins. Contudo, em relação a copos, pratos, taças, bules… a filosofia é diferente: quantos mais melhor e há sempre espaço para mais um 🙂
    Beijinho

    Gostar

  3. Tenho a impressão de que os tupper criam vida e se revoltam durante a noite e bagunçam tudo o que arrumamos durante o dia. Só assim se explica a eterna bagunça e os tupperware que vão dormir com tampa e acordam sem.

    Gostar

    1. Gostei da tua explicação. Consigo imaginá-los numa eterna azáfama durante a noite. São como as calorias, esses bichinhos que se enfiam nos roupeiros e nos encolhem a roupa. Qualquer dia instalo uma câmara de filmar no meu armário de tupperwares* para ver se a tua versão é correta.
      Um abraço.

      Gostar

  4. Deve ser o armário mais desarrumado da minha cozinha, o armário dos tupper 🙂 È uma confusão de tampas de que não encontro as caixas ou vice versa. A maior parte das minhas caixinhas de plástico, são recicladas de caixas de gelado e afins, nada como reutilizar.
    bjnhs

    Gostar

    1. Também guardo algumas caixas de gelado. São ótimas para quando queremos oferecer os nossos docinhos ou salgadinhos. Não há a preocupação de se perderem pois são sem retorno.
      Fico mais alividada por não me julgar sozinha neste caso.
      Um beijinho.

      Gostar

  5. Acho que esse é um problema comum a todas… Os tupperware, recusam-se a estar organizados mais do que um dia 🙂 E quando, como é o meu caso, se é “addicted” de utensilios de cozinha, a desordem às vezes ganha contornos dramáticos…

    Gostar

  6. Olá Patrícia,

    Felizmente começo a perceber que não sou caso único! Na questão da eterna luta contra os tupperware. E o vicio de comprar mais pratos, travessas, taças e afins. Ainda hoje vieram morar cá para casa mais uns pratos antigos de Viana. Lindos de tão delicados. Não consegui mesmo resistir.

    Beijos.

    Gostar

  7. Olá Patrícia,
    já há algum tempo que não deixo aqui uma mensagem, mas tenho sido um visitante silenciosa.

    Quando vi este titulo ri às gargalhadas! De facto também para mim é o armário mais medonho e assustador, o primeiro a ser negligenciado. Naqueles dias em que o tempo urge é sempre o castigado, abro aporta do armário coloco a minha mão no desejado tupperware, ou como se diz cá na minha terra na marmita, e os restantes quase voam, fecho a porta rapidamente sem sequer olhar para lá, quase na esperança de que se não vir a realidade desalinhada esta não existe por trás daquela porta.

    Depois vem o dia da perseverança, em que me sento no tapete da cozinha e corajosamente abro o armário e faço as pazes… que duram pouco tempo 😉

    Gostar

  8. Completamente igual Patrícia!!! eu tenho que me controlar para não me desgraçar em lojas com gadgets para a cozinha… é tudo tão lindo eheheh
    E a quem falas do maldito armário dos tupperwares. Ele tem a capacidade de se desarrumar a ele próprio, abre-se a porta e cai sempre alguma coisa no entanto há sempre espaço para mais um LOL

    Gostar

  9. Diverti-me imenso a ler todos estes comentários.. não é difícil imaginar todos os armários, a confusão instalada ao abrir uma porta do armário… na cozinha da minha mãe acontece exatamente isso tudo… ao ponto de desistir de fazer a constante reorganização!!! Em minha casa arranjei outra solução, como não tenho assim “tantos” tupperwares* tenho os suficientes de vários tamanhos, mas todos os tamanhos têm uma tampa de côr diferente. Todas as tampas estão dentro de um recipiente de plástico (uma bacia retangular) na parte inferior do armário e todos os tupperwares* estão na prateleira imediatamente acima, encastelados uns em cima dos outros, mas por tamanhos iguais, ou seja, formam torres, e não pirâmides.. 🙂 pode não ser a melhor solução, mas é a que para mim funciona melhor, quando pego um tupperware consoante o tamanho já sei qual a côr da tampa correspondente e é só ir buscar… 🙂 Pode ser que este método resulte para vocês é uma questão de experimentarem.

    Gostar

Deixe um comentário

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.