Quando ouço a palavra pantagruel penso de imediato em chocolate. Inevitável, para mim.
Esta semana, a revista Visão colocou em destaque a história da família de Bertha Rosa Limpo, senhora da alta burguesia e cantora lírica que em tournée pelo mundo foi recolhendo receitas. Quando frequentava os restaurantes e apreciava determinado prato solicitava a receita ao chef. Esta recolha deu origem à criação de O livro de Pantagruel, um clássico da culinária em Portugal, primeiramente editado em 1945. Segundo Sara Belo Luís, a jornalista que redigiu o artigo da Visão “A história deliciosa a família Pantagruel” Bertha Rosa Limpo interessou-se pela cozinha ” porque (…) se sentiu envergonhada com a sua ignorância culinária: comprou o Tratado completo de cozinha e copa, de Bento da Maia, não tirou os olhos da «velha criada Rosa» e, pouco tempo depois, estava a organizar, em sua casa, com visível orgulho, «um opíparo jantar» seguido de uma valsa de Chopin e de uma romanza de Tosti.” A mansão onde vivia, na Avenida António Serpa, em Lisboa, era “o centro do seu mundo: era lá que recebia os amigos, portugueses e estrangeiros; era lá que se experimentavam todas as receitas para O Livro de Pantagruel; era lá que organizava encontros com as manequins que propagandeavam os produtos da Thaber, a fábrica de cosmética que haveria de fundar uns anos mais tarde”.
O artigo foi o mote para o bolo de fim de semana: uma dupla delícia com chocolate no interior e no exterior. Ideal para “dark chocolate lovers”.
A receita foi-me dada por uma amiga e encontra-se testadíssima. Este é, como eu costumo dizer, um bolo ao contrário, porque se afasta da forma convencional de se preparar um bolo. Tem por base os ingredientes inerentes ao bolo chiffon mas carateriza-se por ter uma confeção mais simplificada, na quantidade de ovos e por não incorporar as claras em castelo.
Antes da receita, outro destaque: O filho de mil homens, do escritor Valter Hugo Mãe. Este livro é um verdadeiro tratado sobre a necessidade de aceitação da diferença e sobre a dor inerente à consciencialização dessa diferença por parte do eu e da sociedade.
Bolo Peteleco
Ingredientes e Modo de Preparação
3 chávenas de farinha
2 chávenas de açúcar
1 chávena de cacau (usei da marca Pantagruel)
1 colher de sobremesa de fermento em pó
1 colher de sobremesa de bicadornato de sódio
1/2 colher de sobremesa de sal de mesa
Misturam-se estes ingredientes sólidos numa tigela com uma colher de pau.
Juntam-se os líquidos abaixo enumerados, sendo a água a ferver o último ingrediente a ser colocado.
3 ovos inteiros
1 chávena de óleo
2 chávenas de água a ferver
Misturam-se todos os ingredientes com os ovos e o óleo antes de adicionar a água.
Bate-se com a batedeira até se obter uma massa homogénea.
Verte-se para uma forma de buraco, devidamente untada com manteiga e polvilhada com farinha.
Vai a cozer a 20o ºC em forno pré-aquecido, durante 45 minutos.
Cobertura (essencial)
Leva-se ao lume a derreter 200 ml de natas com 100 g de chocolate de culinária. Assim que começar a borbulhar está pronto.
Verte-se de imediato por cima do bolo acabado de sair do forno.
Uma BOA SEMANA de trabalho ou de férias, consoante for o caso.
Patrícia
Isto é mesmo de ficarmos a salivar em frente ao monitor… Mon Dieu!!!
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Este bolo é deveras uma delícia. Vale a pena pecar, nem que seja no formato de uma fatia apenas.
Um beijinho.
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Boa noite!!! Gostaria de saber se posso usar iogurte grego nessa receita? Será que fica bom?
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Olá Andrea. Claro que sim. Vai ficar ainda mais saboroso. Acredite. beijinhos
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Estou rendida. O Livro de Pantagruel da minha avó está com a minha prima, que vive a 2 mins a pé de minha casa e portanto sempre que necessito de uma inspiração à séria lá vou eu, deleitar os meus olhinhos numa edição bem antiga de folhas amarelas e com aquele cheirinho maravilhoso de livro dos tempos idos 🙂
E estes bolo? A esta hora? Isso não se faz, é pura malvadez para com os estomagos que já começam a dar sinal de si! Mas já anotei a receita, tenho a certeza que vai fazer as delícias do homem cá de casa (as minhas delicías faz com certeza!!!!!)
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O mérito deste bolo é da minha amiga Verónica, que é da Benedita, perto as Caldas. Vale a pena fazê-lo. Até já me pus a imaginar que com uma cobertura de chocolate branco também devia ficar delicioso.
Um abraço.
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Olá Patrícia, antes de mais agradeço as visitas simpáticas com que me tens presenteado,
é sempre um gosto receber-te;)
Quanto a este livro, que é um clássico da nossa cozinha, tenho a primeira edição, em todos os exemplares eram rubricados directamente pelo punho da autora. Agora guardado com um carinho acrescido, pois foi herança da minha saudosa mãe. Antigo, de folhas amareladas pelo passar dos anos, mas muito estimado e com muitas consultas.
Gostei imenso do teu bolo, de porte monumental e por certo delicioso.
Obrigada pela sugestão de leitura, despertou-me interesse.
Um beijinho e abraço apertado:)
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Olá Duxa. Agradeço também a tua presença aqui nesta cozinha. Possuir a primeira edição de O Livro de Pantagruel é como ter um tesouro, ainda mais autografado pela autora: uma relíquia que merece estima redobrada por ter sido uma herança de mãe.
Um abraço.
P.S. Fiquei feliz por estar de volta à blogosfera.
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Este bolo já me anda a tentar há tempos. Um dia destes o namorido vai ter que abriri mão do seu bolo de iogurte, ai vai mesmo.
Óptima sugestão de leitura.
Beijinhos
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Olá Carla, estou mesmo a pressentir que vai haver bolo de chocolate em breve aí em casa.Só custa cair na tentação.
Um abraço.
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E perante estas fotos quase comestíveis resta-me saber a capacidade da tua chávena 🙂
A isto eu chamo um doce começo de semana.
Beijinhos
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Por acaso li o teu post sobre a medida das chávenas:) Tens razão no que dizes, pois o tamanho da chávena pode fazer toda a diferença. Num ápice, um bolinho pode-se transformar num bolão. Já te envio uma foto para o email com a chávena que utilizo.:)
bjs
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Que bela homenagem ao livro da Pantagruel. Adorava tê-lo! É como um tesouro. Uma relíquia.
E esse bolo, é quase uma tortura. Lindo lindo!!!
E certamente delicioso.
Beijinho.
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Olá Ginja. Com este bolo só há um remédio: cair na tentação. É tão fofo que verte muita migalha ao comer mas acredita que não fica nem uma atrás.
Um abraço.
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Patricia, eu tenho há muitos anos esse livro e adoro as receitas que lá estão.
Para este bolo não tenho palavras, deve ser tão bom que é o próximo a fazer aqui em casa.
Um beijinho e boa semana
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Olá Gisela. Obrigada pela visita, sabendo que tempo não te tem restado.
Se chegares a fazer este bolo, depois diz-me se gostaram aí em casa, ok?
Um abraço.
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Olá Patrícia
Também vi o artigo sobre Pantagruel. É livro que ainda não consta nesta prateleira, ao contrário do Valter Hugo Mãe. Como todos os livros do VHM, denso. A última página deixou-me um nó na garganta e só não rebentei num choro compulsivo porque estava num avião cheio de desconhecidos.
O bolo, enfim, quem resiste a um bolo de chocolate?!
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Também me deliciei com este artigo da Visão. Tenho O livro de Pantagruel há alguns anos e nunca fiz nada dele de que não gostasse. Quanto a Valter Hugo Mãe, eu disse-te que ias gostar. Muito bom , mesmo. Mas uma leitura que dói. E este nem é dos que mais me custaram a ler. O Remorso de Baltasar Serapião é duro. Muito duro. E muito bom.
Beijinhos
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Conjugaram-se aqui três condicionantes que conspiram a favor da minha satisfação… Valter Hugo Mãe, o Peteleco (bolo de origem brasileira que se traduz por “safado”… informação oriunda de uma família paulista) e o Livro de Pantagruel. É um triângulo viciante ou equivalente ao das Bermudas… ainda não me decidi! Seja como for, o bolo tem um aspeto pecaminoso… como deve! Parabéns.
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“Chocolate Lover” ?
Presente !
Não poderia falhar ! 🙂
O Livro da Pantagruel é algo de inestimável valor, reúne a sabedoria de muitos anos de cozinha e feliz de quem o tem ! 🙂
O bolo está com uma cor magnifica, uma apresentação irrepreensível, uma textura algo húmida e convidativa e a foto inebria os meus sentidos e apela a uma dentada como se se tratasse de uma “dose” sem a qual não passo.
A-d-o-r-e-i !
Se não se importa, levo a receita comigo !
Grande beijinho
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Olá bom dia gostava muito de fazer este bolo tem um aspecto delicioso, mas o que me está a preocupar são o tamanho das chavenas. Se puder dizer o tamanho agradeço.
Sofia Dinis
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Olá Sofia. Costumo utilizar as chávenas de pequeno-almoço que têm cerca de 225 g.
Tenha cuidado ao desenformar o bolo pois é bastante leve.
Obrigada pela visita.
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Bem, o meu está no forno ha coisa de 10 minutos. Espero que corra tudo bem, porque tive em conta as medidas da chávena que menciona e quando meti na forma tudo, na única que tenho com buraco, achei que ficou muita massa e tenho algum medo que vá para fora. Não sei se é mesmo assim.
Uma nota: a massa é divinalmente boa. ahaha
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Este bolo é muito saboroso, especialmente se incluirmos a cobertura assim que sai do forno. No entanto, é preciso ter muito cuidado ao desenformar pois é muito fofo e leve e pode quebrar-se. Mas isso não irá acontecer.
Que bom que fez a receita! Diga-me como ficou, ok?
beijinhos
Patrícia
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Patricia, tal como previa foi demasiada massa para a minha forma. Tive de untar uma forma mais pequena e transferir alguma massa para ela. ahahah Nada que não tenha servido de lição e no fim o sabor do bolo em nada se alterou. É de facto divinal! Massa fofa (realmente deve-se ter cuidado a desenformar), sabor magnifico e com recheio é perfeito. O melhor bolo de chocolate que já fiz e um dos melhores que já comi. A receita vai já para o meu livrinho pessoal de receitas.
Obrigada pela partilha Patricia. Muito bom, mesmo! 🙂
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Fico bastante feliz por teres gostado do bolo. É um bolo que rende. Fica mesmo grande. Podes sempre fazer só metade da receita.
Obrigada por teres reproduzido a receita. Esta partilha é para mim o mais importante.
Um beijinho.
Patrícia
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Olá Patricia,
este bolo saiu na passagem de ano cá em casa ,mas num tabuleiro .
A minha chávena é como a dona !
Simplesmente delicioso!!!!
Bjis.
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Obrigada Elsa. Todos gostam deste bolo. É mesmo uma tentação. Nunca o fiz em tabuleiro. Sem dúvida uma opção mais segura pois evita que se quebre ao desenformar. Hei de experimentar.
Beijinhos
Patrícia
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Olá Elsa, resolvi testar a receita em tabuleiro e fica igualmente bom. Tem até as seguintes vantagens: mais fácil para aplicar a cobertura, e não há o perigo de se partir ao desnformar, pois vais saindo do tabuleiro aos quadradinhos. Ótima sugestão a tua.
beijinhos
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Tenho o 0234 da 76ª edição. Comprei na Feira do Livro de 2013 a preço de feira. 🙂
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Espetáculo! bjs e obrigada pela visita.
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Este bolo tem um belíssimo aspecto e, por isso, resolvi procurar no Pantagruel para ver se haveria dicas adicionais mas não encontrei nenhum bolo peteleco nem um bolo que levasse água, além de que todas as medidas do meu livro estão em gramas.
Podes dar-me uma ajuda?
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Olá Patrícia, gosto muito de chocolate mas estou longe de me assumir uma choco-dependente, contudo, assim que vi no face a imagem deste bolinho tive de vir espreitar!
É o oposto do meu bolo de chocolate de eleição, que é baixo e bem denso, mas despertou-me tanta curiosidade que tenho de o testar.
Que aspecto sublime! E o livro… esse, uma verdadeira reliquia! 🙂
Bjinhos
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Este bolo é alto, mas também é bastante denso. Tens de o experimentar. bjs
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Qual é a capacidade da sua chávena ? 220 ml ?
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sim. é mais ou menos essa medida
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https://leilao.catawiki.pt/kavels/10397267-bertha-rosa-limpo-o-livro-de-pantagruel-1945
Oportunidade de ter um exemplar do livro de pantagruel
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