Quando cheguei ao museu fui conduzida até à sala onde decorria o ateliê sobre doçaria conventual ministrado pelo chef Raul Sousa. Os doces aromas já pairavam no ar. Percorri a sala com os olhos e lá estava ela, a Ilídia, com o caderninho de apontamentos numa mão e a máquina fotográfica na outra, sempre atenta a todos os pormenores. A minha chegada fez com que os seus índices de atenção diminuíssem- e ela fez-me questão de o confirmar mais tarde- porque começámos a trocar impressões sobre tudo o que o chef proferia. Ávidas de saber, apontávamos todas as dicas, os graus de cozedura adequados, os pontos das caldas de açúcar e conseguíamos de quando em vez tirar umas fotos mais ou menos repentinas que tentavam fugir às cabeças do público das cadeiras dianteiras. De vez enquanto arrepiávamo-nos com o excesso de gemas e de açúcar utilizados. Bombas calóricas em perfeita ebulição encontravam-se à nossa frente e destilavam cheiros equivalentes a cantos de ninfas: barrigas de freira, papos de anjo, fatias de Tomar, toucinho do céu, palhas de Abrantes, arrepiados do Convento de Leiria, pão de rala de Santa Helena do Calvário de Évora. Quando as iguarias começaram a sair do forno o poder de concentração diminuiu ainda mais. Passaram para segundo plano as intenções de anotar o que quer que fosse. Para isso também contribuiu a afirmação do chef Raul de que partilharia as receitas connosco e por escrito. Assim passámos só a anotar uma ou outra curiosidade. Foi sem dúvida uma tarde bem passada que culminou numa prova, sem precentes, de todas as iguarias conventuais confecionadas.
Foi, realmente, uma tarde bem docinha 🙂 Também já publiquei as minhas impressões da tarde de ontem. E, resultado da minha motivação com tantas gemas, fiz um pão de ló de Ovar. Mas, comparado com os doces de ontem, o meu até é light. SÓ leva 13 ovos 🙂
Beijinhos,
Ilídia
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Foi uma tarde que passou rápido. Com as reuniões não acontece o mesmo. Talvez por não serem tão doces! Já fui espreitar o teu pão de ló de Ovar. Pura tentação! Uma versão light portanto, apenas com 13 ovos. Comparativamente ao número de gemas que vimos escorrer ontem, o número treze torna-se pequenino.
Beijinhos
Patrícia
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Deve ter sido uma tarde espetacular e bem doce. Adoro a nossa doçaria conventual. Cheia de ovos, açúcar e amêndoa. Até eu caí em tentação este fim-de-semana. De vez em quando não faz mal… 🙂
Um beijinho.
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Foi bem doce Ginja a tarde de ontem. E poder no fim experimentar os doces foi como subir ao céu e ficar lá por um bocado. Fechei os olhos às calorias e dei primazia ao paladar. Ao chegar a casa, o jantar resolveu-se com uma sopa para equilibrar os números. Teve de ser.
Beijinhos
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Vim do Acre e Doce, pelo que sei foi uma tarde de sonho,
obrigada pela vossa partilha;)
Beijinhos e uma boa semana.
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Olá Duxa. A Ilídia já colocou as mãos na massa. Eu por enquanto não. Ainda estou em estado de choque com tanto ovo, açúcar, doce de gila e amêndoa, mas as palhas de abrantes e os arrepiados não me escapam.
Beijinhos
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Que tarde tão bem passada! Ver os chefs em acção, a fazer os nossos maravilhosos doces conventuais, e ainda por cima poder experimentá-los no fim? Deve ter sido uma experiência mesmo boa. Sempre vos deram as receitas dos doces no fim? Ah, e já agora uma curiosidade, houve um doce favorito? 🙂 Beijinho
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Sim Rita, foi uma tarde bem docinha. O chef ficou de colocar no site do museu de Angra do Heroísmo as receitas. Vou ficar a aguardar impacientemente. E sim, houve doces favoritos. De todos os acima referidos preferi as palhas de abrantes. Será o doce conventual que farei primeiro.
Beijinhos e obrigada pela visita.
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Que maravilha!…. Deve ter sido realmente fantástico apreciar esse desfile de colesterol bem português 😉
um beijo
Babette
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Foi exatamente isso: um desfile de colesterol, mas de colesterol bom.
beijinhos
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estou a ver que andaram juntas a deliciarem-se… ainda bem que partilharam, assim a delicia chegou até aqui (espero que tenham reservado algo para as reuniões – os doces compensam…há que ter stock fortíssimo);)
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As reuniões por cá também costumam ser doces. Depende um pouco do diretor de turma se leva umas amêndoas ou não. Mas até agora faço um balanço positivo das minhas: equilibradamente doces. Sabes, as nossas reuniões só terminam amanhã por aqui. Beijos
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Que bela “reunião” essa que tiveste sabado à tarde, essas assim docinhas passam bem rápido e sabem sempre bem..Adorei a partilha, bem nossa por sinal 😉 beijinhos e boa semana
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De facto os doces que cito no texto são todos de localidades do continente português. Nos Açores apesar de existirem vários conventos desconheço haver doces conventuais típicos de cá. Mas garanto que vou pesquisar esta temática.
Beijos
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Suas gulosas, é o que é 😀
E eu aqui a babar-me e com inveja da boa! Hmmmmm, que até sinto os aromas!
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Sim admito ser capaz de correr quilómetros por um doces (ai os doces…) mas não foi preciso (também não existem por aqui assim tantos quilómetros) porque o museu é aqui bem pertinho.
beijos
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Uma tarde cheia de evocações doces. Partilhadas por si e pela Ilídia. Que bom que viveram o mesmo. Ainda que as mesmas coisas sejam sempre vividas de maneira diferente. Em todo o caso, os resultados serão quase sempre doces. Cheias de gemas e de açúcar e outras coisas conventuais:)
Beijo.
Mar
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